1978
 

Julho
Aparecimento da ECU e albaneses contra chineses, com golpes de Estado africanos e sul-americanos

 

 

Golpes de Estado no Ghana (5 de Julho) e na Mauritânia (10 de Julho)

Itália: Sandro Pertini, novo presidente da república (8 de Julho). Foram necessárias seis voltas no escrutínio para que pela primeira vez fosse eleito um socialista para a presidência, assim se evidenciando a deriva gerontocrática do modelo italiano.

Na Nicarágua, os sandinistas derrubam Somoza (17 de Julho) e formam governo (19 de Julho). A guerra civil existente desde 1978 produziu cerca de 40 000 mortos e 110 000 refugiados, mas a partir de Fevereiro de 1979, Somoza deixou de ter apoio militar norte-americano.

Golpe de Estado na Bolívia. Deposto Hugo Banzer que, antes, tinha levantado a proibição da actividade sindical e anunciado eleições (21 de Julho)

Albânia rompe com Pequim, considerando a RPC como uma superpotência (29 de Julho)

Conselho Europeu de Bremen; acordo dos Nove para a criação da unidade de conta europeia, o ECU; aprovadas as linhas gerais do novo Sistema Monetário Europeu; parecer favorável ao pedido de adesão de Portugal (5-7 de Julho) Acordo sobre uma estratégia comum para se conseguir obter uma mais elevada taxa de crescimento económico de modo a reduzir o desemprego e planear a criação de um sistema monetário europeu (SME)

VI Congresso do PSD no cinema Roma em Lisboa (dia 1 e 2 de Julho). Regresso de Sá Carneiro à liderança. O grupo das Opções Inadiáveis mantém a maioria do grupo parlamentar. Nas eleições para o Conselho Nacional, os sá-carneiristas consegue 21 lugares contra 9 da oposição, liderada por Francisco Pinto Balsemão e Ferreira Júnior. Sob a alçada de Sá Carneiro, regressa ao partido Carlos Macedo, dissidente de Aveiro, e entram como militantes, entre outros, Natália Correiaö , Dórdio Guimarães e Luís Fontoura.

Conselho Europeu de Bremen dá um parecer favorável ao pedido de adesão de Portugal (dias 5 a 7 de Julho).

Conselho Nacional do CDS (8 de Julho). Surgem várias críticas a Ramalho Eanes. Proposta a substituição do ministro da agricultura, Luís Saias. Diogo Freitas do Amaral, em audiência em Belém, pede, contudo, a intervenção do Presidente da República (11 de Julho).

Encontro de Mateus de Vila Real, entre vários políticos apoiantes de Ramalho Eanes: António Barreto, Medeiros Ferreira e Francisco Sousa Tavares. Em sentido diverso, manifestam-se Eduardo Lourenço, Sottomayor Cardia e António Reis (9 de Julho).

Dirigentes do PS, reunidos em Nafarros, na casa de campo de Mário Soares, pedem a Eanes que presida a um conselho de ministros (16 de Julho).

Sá Carneiro advoga um governo de salvação nacional com exclusão dos comunistas, depois de audiência em Belém (17 de Julho). Na Madeira, repete críticas ao presidente numa conferência de imprensa (23 de Julho).

Jardim contra o Exército e o CR Polémicas declarações de Alberto João Jardim, num comício na Madeira: Portugal não tem Exército, tem homens com medo... as forças armadas efeminaram-se e não têm a coragem para reconhecer que os homens que estão no Conselho da Revolução não foram eleitos (22 de Julho).

 

Comício do PCP nos Olivais, em Lisboa. Proposta a constituição de um governo democrático com base na Assembleia da República (23 de Julho).

Ministros do CDS apresentam a demissão e Freitas do Amaral defende um acordo de incidência governamental com o PS. No interior do CDS são críticos da participação do partido no governo, importantes militantes, como Adelino Amaro da Costa e Francisco Lucas Pires . Já Mário Soares considera que o governo tem de continuar a ser de base PS, apenas com personalidades do CDS (24 de Julho).

Comissão directiva do PS fala em pressão intolerável da extrema-direita. Critica Sá Carneiro pela acção desestabilizadora e irresponsável (25 de Julho).

Exoneração do II Governo de Mário Soares CDS força à exoneração do II Governo de Mário Soares, invocando divergências sobre a política de reforma agrária. À saída de Belém, citando Manuel Teixeira Gomes, declara sentir-se como um pássaro a quem abriram a gaiola. Exoneração será publicada no Diário da República do dia 28.

 

 

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©  José Adelino Maltez, História do Presente (2006)

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