Natural do Alto
Egipto. De origens modestas, segue a carreira militar. Integra o movimento
clandestino nacionalista dos Oficiais Livres, fundado em 1942, mas que apenas
se manifestou em1948. O grupo organiza o golpe de Estado bem sucedido de
1952. Nasser é então colaborador íntimo do dirigente do movimento o general
Neguib, sucedendo-lhe em1954. A unidade então existente com os Irmãos
Muçulmanos é desfeita quando estes tentan assassinar Nasser em Outubro desse
ano. Os homens da revolução de Julho defendem a necessidade de uma
revolução contra a decadência dos partidos e não são apoiados pelo Baas que
os considerava pró-americanos. Chegam mesmo a contactar a experiência
salazarista da União Nacional. Liga-se a Nehru e Sukarno a partir da
conferência de Bandung de 1955. Promove a nacionalização do canal do Suez,
depois dos norte-americanos recusarem financiamento para a construção da
barruagem do Assuão. Já então se assume como raïs. Opõe-se ao Pacto de
Bagdad. Na Constituição de 1956 asusme o islamismo como religião oficial do
Estado, chegando a criticar o laicismo do Baas. Não aceita no entanto a ideia
de fazer assentar o Estado na religião. Inspira a criação da República Árabe
Unida, a fusão do Egipto com a Síria, em1958, e que dura até1961.
Nos seus
escritos, não há o vigor teórico dos baasistas, mas antes uma perspectiva
mais geoestratégica. Considera que o Egipto pertence a tres círculos. O
árabe, o africano e o islâmico. O Egipto é a porta do Norte do círculo
africano, constituindo também a ponte entre a África e a Ásia, no âmbito do
círculo islâmico, ao mesmo tempo que constitui o Estado pivot da unidade
árabe.
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