1965
 

Outubro
Massacre de comunistas na Indonésia e o non da França, em negociação com Bruxelas

 

 

Mudanças em Cuba, com o partido único de Fidel de Castro* a assumir-se como Partido Comunista de Cuba e deixando de ser o Partido Unido da Revolução Socialista(3 de Outubro). Che Guevara renuncia à nacionalidade cubana, para poder lutar fora da ilha contra o imperialismo

Paulo VI na Assembleia Geral da ONU, com larga transmissão televisiva em directo: a verdadeira ameaça contra a paz não provém do progresso tecnológico ou do desenvolvimento científico, mas do próprio coração do homem...a guerra não, a guerra não... é a paz que deve guiar o destino de toda a humanidade (4 de Outubro)

URSS: condenação de Iuri Daniel e Andrei Siniavski (9 de Outubro).

RFA: Ludwig Erhard reeleito chanceler (20 de Outubro)

Proibição do PC da Indonésia; massacre de cerca de meio milhão de comunistas (27 de Outubro)

Presidente do Brasil, Castelo Branco, dissolve todos os partidos políticos e assume plenos poderes (27 de Outubro)

Ben Barka, o chefe da oposição de Marrocos, é preso em Paris, numa acção determinada pelo general Oufkir e que contou com a colaboração de políticas e bandidos franceses, numa cumplicidade que envolveu o próprio rei de Marrocos (29 de Outubro)

De Gaulle anuncia que dentro de seis meses a França deverá deixar de integrar o aparelho militar da NATO (20 de Outubro)

Conselho de ministros da CEE decide negociar com o governo francês em bloco e não através de discussões bilaterais como pretendia de Gaulle (25 a 26 de Outubro

Reunião dos cinco nomeia Emilio Colombo para negociar com a França (29 a 30 de Outubro)

Cristãos progressistas – Na campanha eleitoral de Outubro, aparecem vários cristãos que alinham com a oposição democrática, pondo acento tónico na defesa dos direitos do homem e utilizando como bandeira a pastoral de João XXIII.

Surge também um Movimento Cristão de Acção Democrática, depois da emissão de um manifesto Cristianismo e Política Social. Por seu lado, o Opus Dei lança a revista universitária Tempo, tendo como editor Adelino Amaro da Costa e contando, entre os colaboradores, João Morais Barbosa, Raul Junqueiro e José António Lamas.

Já o tradicional reviralhismo continua a romagem ao jazigo de António José de Almeida em Lisboa (5 de Outubro) e promove no Porto uma reunião magna dos candidatos da oposição (10 de Outubro). Já

Nuno Bragança lança o manifesto de uma chamada Resistência Cristã

Manifesto da oposição defende autodeterminação do Ultramar (14 de Outubro). Subscrevem-na por Lisboa Acácio Gouveia, Adão e Silva, Zenha, Medeiros Ferreira, Sottomayor Cardia, Mário Soares, Raúl Rego, Nuno Rodrigues dos Santos. Pelo porto, António Macedo, Armando Bacelar, Artur Santos Silva, Cal Brandão, Hélder Ribeiro, Olívio França. Por Leiria, Vasco da Gama Fernandes e José Ferreira Júnior. A mensagem é comunicada através de conferência de imprensa realizada no Centro Escolar Republicano Fernão Boto Machado, em Lisboa.

 

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©  José Adelino Maltez, História do Presente (2006)

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